APOLONIO - EL JESUS GRIEGO? (CLIQUE)
SÍNTESA DA DOUTRINA SECRETA
POR CORDELIA ALVARENGA DE FIGUEIREDOEstamos há 2 meses do Natal e, sem planejar, comecei a ler, finalmente, um livro que me comprei em 2003, e que, tal como diz seu título, é uma SÍNTESE da DOUTRINA SECRETA. E antes de rejeitar o conteúdo, seja por qual razão for, sugiro lerem o que copiei do PDF – que achei no site do Scribd - mas como teriam que pagar para baixar (eu, por ter um espaço lá, não), criei meu link.
Aos que não conhecem algo da autora da DOUTRINA SECRETA, segue um link contendo um resumo básico (lembrando que o PDF é uma SÍNTESE elaborada por CORDELIA A.F.).
https://omalhete.blogspot.com/2016/02/helena-blavatsky-e-doutrina-secreta.html
E se o primeiro parágrafo (do link acima), vai causar dúvidas por se falar em Iniciados, considerem que um professor universitário, seja de qual área for, é um Iniciado no seu saber diante de um aluno secundário! Simples assim. Mas, eu entendo o receio, visto que, há iniciados em mistérios duvidosos ou... divinos! Sim... existem ambos, e alguns enganam bonito o leitor, e até os seguidores de tais mistérios. Por isso digo e repito:
- Este Planeta, minhas senhoras e meus senhores, não é para amadores! Antes sim, para ama-dores... porque haja dores...
Portanto, na Bíblia há saberes simples, literais, saberes
adulterados, e saberes superiores, que só iniciados de fato vão entender – aos demais
vai soar estranho, e cada um, dentro de seu nível de saber, vai buscar então
interpretar tais, mas somente iniciados no seu sentido maior, saberão,
realmente explicar tais!
Ou seja: há muita interpretação pessoal, e pouco saber real pelo mundo afora, seja escrito por padres, pastores, filósofos, por ditos doutores! E isso vale para todos os saberes iniciáticos, secretos ou de teor profundo – todos termos sinônimos! Pois, ou você tem as chaves de tais saberes, ou não tem – e se não tem, vai interpretar a seu modo uma verdade, mas que não é A VERDADE. Serão “achismos”, alguns melhor elaborados ou não! Mesmo que por doutores em suas áreas, mas o ensino oficial não tem as chaves iniciáticas! Para ter tais, teria que se fazer um "pós-doutorado" nos Mistérios Maiores!
Nota: Cada um ainda pode pesquisar no PDF temas diversos, ao usar a
ferramenta LOCALIZAR (VIA LUPA), digitando palavras chaves, como fiz com Jesus –
mas de longe copiei tudo e, além disso, o livro usado, é apenas uma SÍNTESE DA
DOUTRINA SECRETA que tem 6 volumes – abaixo um resumo sobre as obras, via Wikipedia
– do link da wiki cito uma frase, que diz muito:
Para Blavatsky, existiu uma Religião-Verdade, que é a
raiz de todas as religiões e mitos da humanidade.
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta
Aliás, ao se ler o RESUMO DO RESUMO na Wikipedia, cada
pessoa minimamente inteligente e coerente, terá que dizer:
- Quem compilou tais saberes do COSMOS, não pode ter sido
uma pessoa comum, nem ter tido contato com seres comuns!
E quando se lê sobre sua vida, sem mesmo ler sobre os
conhecimentos recebidos por diferentes meios, terá que se dizer:
- Que mulher extraordinária!
(Também trouxe um livro em alemão sobre sua vida - porém aqui uma dica chave: quando alguém escreve sobre pessoas complexas como uma Helena Blavatsky, se esta pessoa não vai a fundo e não tem noção de conceitos iniciáticos - ela cometerá falhas gigantes na análise de vários conteúdos).
E quem taxa suas informações de plágios, parece que não leu, que ela sempre citou de onde tinha suas informações. Mesmo que de modo extraordinário!
IMPORTANTE CITAR 2 TEMAS
Embora certas passagens repassam a conotação de RAÇAS inferiores e superiores, por exemplo (uma das críticas comuns), fato é que, a humanidade é uma colcha de retalhos quanto a raças, onde foram realizados muitos experimentos, alguns bem-sucedidos, outros menos – pois, uma coisa é a criação de corpos físicos, outra coisa é o aspecto espiritual inerente. Foram feitos experimentos para criar o Adão perfeito, tal como se faz experimentos para criar uma versão perfeita de uma planta! Sim, os Elohim, depois de exaustos de tantas versões, finalmente declararam que, enfim, acertaram o protótipo-base! (Vão ler sobre os Elohim nos meus recortes abaixo também, mas só uma pequena parte, parte de um contexto do tema deste post).
Portanto: Descrever sucessos e fracassos raciais, não é o mesmo que taxar raças de inferior e superior por preconceito pessoal – mas, isso a maioria dos escritores modernos não consegue diferenciar.
Igualmente ela não tentou destruir A FÉ de nenhum povo – mas ao desvendar as trapaças e enxertos e adulterações de informações, foi inevitável verificar que muitos conceitos ou crenças estão baseadas em premissas falsas e isso vale para todos grupos religiosos e não apenas um! Aqui, novamente, fala mais alto o ego de alguns críticos (ou que foram pagos para difamar obras, por diferentes grupos - isso existe há milênios - não é algo novo).
Fato é que Helena Blavatsky desmistificou milhares de conceitos errôneos – para começar sobre Jesus – por isso, vamos aos meus recortes (finalmente) - e sim: não sei até que ponto sua obra foi infiltrada, para justamente desacreditar alguns! Afinal, vivemos no PLANETA MENTIRA - lembrem disso! Se preferirem podem o taxar de PLANETA MAYA OU MATRIX - tudo sinônimos, em alguns aspectos. (Maya é um conceito hindu mais profundo, mas é usado para designar ilusão de modo geral).
NOTA DO BLOG: No final, o que importa não é os detalhes mais e menos verdadeiros de grandes seres que deixaram suas marcas aqui na Terra - mas de entender QUAL FOI SUA MENSAGEM - sendo que a MENSAGEM MAIOR de todos seres de grande estatura, sempre foi a de OS HUMANOS ENTENDEREM QUE TEM UMA ESSÊNCIA, UMA SEMENTE DIVINA EM SI - e que todos eles vieram e deixaram dicas, pistas e métodos, de COMO ACESSAR TAL ESSÊNCIA! Jesus teria dito, por exemplo, por se tratar dele neste post:
“O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: 'Está aqui' ou 'Está ali', porque o Reino de Deus está entre vós”
Segue um post do meu segundo blog, no qual abordo o tema JESUS E CRISTO de forma bem ampla:
https://almaomega.blogspot.com/2022/04/cristo-nao-e-um-ser-mas-um-estado-de-ser.html#more
SEGUEM OS RECORTES DO PDF CITADO NO INÍCIO
Nota: Para quem não sabe, mas copiar trechos de um PDF requer se formatar frase por frase, por isso salvei o livro também na versão de texto (isso é possível via Scribd), mas que, igualmente requereu achar uma fonte onde não precisei formatar cada frase - mesmo assim, o melhor resultado que consegui foi o abaixo! Importante: vai dar para ler!
SOBRE JESUS
307
Na introdução do Livro de
Enoch se lê o seguinte: "A parábola da ovelha resgatada
pelo Bom Pastor do poder de guardiães mercenários e dos lobos,
copiou-a,
evidentemente, o quarto evangelista do capítulo LXXXIX do Livro de
Enoch, onde o autor
descreve como os pastores matavam as ovelhas antes que viesse seu
senhor,
revelando, assim, o verdadeiro significado da até hoje misteriosa
passagem da parábola
de João: "Todos quantos vieram antes de mim são salteadores e
ladrões", em que se
alude aos alegóricos pastores de Enoch.
Ainda hoje se pratica esta
cerimônia num santuário das solidões do Himalaia, num
antiquíssimo templo situado numa oculta paragem das cercanias do
Nepal; teve origem
nos mistérios do primeiro Krishna e transmitiu-se depois ao primeiro
Tirthankara até
chegar a Buda; chama-se o rito de Kurukshetra, e celebrava-se em
memória da grande
batalha e da morte do divino Adepto. Puro e simples ocultismo
pertencente a
antiquíssimos rituais de iniciação. Se Jesus não leu o Livro de Enoch,
a parábola do Bom
Pastor pertence a João, ou a quem escreveu o quarto Evangelho.
Como confiar na
autenticidade de outras parábolas e sentenças atribuídas ao
Salvador cristão?
A Bíblia copia e plagia
muito; no entanto, é um grande livro, uma obra-prima,
composta de engenhosas fábulas que encerram importantíssimas verdades,
porém
estas só são perceptíveis aos Iniciados que possuem uma chave de sua
interpretação e
significado interno. O Antigo Testamento é um repositório de
personagens imaginados, e
o Novo, um conjunto de parábolas que extraviam os ignorantes de seu
esoterismo.
Há na Bíblia Sabeísmo puro,
como pode notar-se no Pentateuco, lido
exotéricamente.
309
O Apóstolo São Judas e
vários padres da Igreja se referem ao Livro de Enoch como
uma revelação sagrada, o que prova que o aceitavam os primitivos
cristãos, sobretudo
os mais instruídos, como Clemente de Alexandria.
Os primitivos nazarenos e
cristãos, segundo São Justino Mártir, foram partidários de
Jesus, do verdadeiro Chrestos e Christos da iniciação; eles
consideravam "Cristo" sob
um aspecto que só os ocultistas podem apreciar.
O Livro de Enoch é
inteiramente simbólico, com referências a mistérios astronômicos
e cósmicos, e à história das espécies humanas e seus primitivos
conceitos teogônicos.
O senhor das ovelhas, no qual os cristãos e místicos europeus vêm a
Cristo, simboliza o
Hierofante Vítima, cujo nome sânscrito não me atrevo a revelar. Este
senhor das
Ovelhas é Karma, o chefe dos Hierofantes, o supremo Iniciador na
Terra. Desde
Prometeu a Jesus, do maior Adepto ao mínimo discípulo, todos os
reveladores de
mistérios tiveram de ser "Chrestos" ou "Homens de
aflição" e mártires.
Um grande Mestre disse:
"Guardai-vos de revelar os mistérios a quem não merece
entendê-los."
Todos os grandes
Hierofantes da História morreram sacrificados, como Buda,
Pitágoras, Zoroastro e a maior parte dos gnósticos e, em nossos tempos
mesmo, um
grande número de adeptos e rosa-cruzes.
Buda não morreu de uma
indigestão de arroz e porco como disse Barthelemy de
Saint Hilaire; acontece que o arroz com porco é uma alegoria porque o
arroz era um
alimento proibido entre os tibetanos e chineses antigos, e significava
o oculto
conhecimento; assim a carne de porco era o emblema da doutrina
bramânica. Buda
morreu por ter revelado e divulgado alguns dos mistérios bramânicos,
daí as suas
reencarnações nos Dalai-Lamas e Teshu-Lamas para ajudar a humanidade.
Quando um mensageiro maior
ou menor, iniciado ou neófito tomou a seu cargo
ensinar alguma verdade até então oculta, foi sacrificado e picotado
pela inveja, malícia e
ignorância. Tal é a terrível Lei oculta.
318
Assim, depois de negar a
existência mesma de Simão o Mago, a crítica moderna de eruditos sábios acaba
por fundir completamente a sua pessoa com a de São Paulo.
São Paulo foi parcialmente
iniciado nos mistérios teúrgicos, como se percebe pela
semelhança de seu estilo com o dos filósofos gregos e o uso de certas
expressões
peculiares aos Iniciados.
Pouco se sabe a respeito do
Grande adepto, que foi Simão o Mago, pois os padres
da Igreja primitiva se encarregaram de destruir todos os traços de sua
arte e sabedoria,
falseando os documentos que a ele se referiam quando de todo não
puderam destruí-
los.
SIMAO O MAGO E SEU BIÓGRAFO HIPÓLITO
Simão o Mago foi discípulo
dos Tanaim de Samaria, e a reputação que alcançou até
receber o nome de "Grande Poder de Deus" testemunha a
idoneidade e sabedoria de
seus mestres; porém os Tanaim eram cabalistas da mesma escola secreta
de São João,
do Apocalipse, tão zelosa em ocultar o verdadeiro significado dos
nomes dos livros de
Moisés.
O que nunca puderam negar é
que nenhum cristão podia rivalizar com ele em ações
taumatúrgicas ou milagrosas. O que se conta de sua queda num vôo em
que quebrou as
pernas e se suicidou, em seguida, é ridículo. Na versão verdadeira foi
Pedro quem
quebrou a perna.
Tacharam-no de blasfemo só
porque equiparou o Espírito Santo com a Mente
(Inteligência), ou "Mãe de tudo". No Evangelho apócrifo dos
Hebreus lemos que o próprio
Jesus admitiu o sexo feminino no Espírito Santo, designando-o com a
expressão de:
"Minha Mãe, o Santo Hálito". Muitos séculos depois de
negado, ficou demonstrada a
existência de Simão o Mago, já fosse ele Saulo, Paulo ou Simão. Dele
fala um
manuscrito recentemente descoberto na Grécia, que dissipa toda a
dúvida sobre o
particular. A narração é de um cristão primitivo, chamado Hipólito, e
reconhece grandes
poderes em Simão, que considera um sacerdote de Satã, apesar de
reconhecer que
Simão foi um cristão batizado, porém que sofreu perseguição por estar
demasiado
versado nos mistérios do primitivo e verdadeiro cristianismo. Zeloso
de sua
independência, não quis Simão submeter-se à autoridade de nenhum
apóstolo, daí as
acusações de heresia seguidas de anátemas.
Os fatos prodigiosos
chamados divinos, milagres, foram efeitos de poderes
adquiridos mediante grande pureza de vida e êxtase.
A Igreja canonizou os
adeptos a ela submetidos, e expulsou de seu seio os que não
se submeteram à sua imposição. O dogma e a autoridade foram sempre os
principais
açoites do gênero humano e os mais violentos inimigos da Luz e da
Verdade.
Este manuscrito, cuja
autenticidade foi legitimada pelos maiores bibliógrafos de
Tubingen, se chama Philosophumena, e ainda que a Igreja grega o
atribua a São
Hipólito, a romana diz que seu autor foi
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um anônimo, só porque fala mui caluniosamente do canonizado papa
Calixto. Ambas as
igrejas confessam, no entanto, que Philosophumena é obra de grande
erudição. Lê-se
no manuscrito: Simão, homem muito versado em artes mágicas, enganou
muitas
pessoas com a arte de Trasimedes (malabarismo psíquico ou hipnotismo)
e, em parte,
com a ajuda dos demônios... Quis passar por um deus...
Seus discípulos se valem,
hoje, de seus mesmos encantos, graças aos quais fazem
com que os demônios exerçam sua influência sobre todos aqueles que
desejam
fascinar... O Mago exigia que se escrevesse num pergaminho a pergunta
desejada e,
dobrando o pergaminho em quatro partes, arrojava-o ao fogo para que a
fumaça
revelasse o escrito ao espírito. Com o pergaminho o Mago queimava,
também,
punhados de incenso e pedaços de papiro com os nomes hebreus dos
espíritos
evocados... Logo parecia que o Espírito divino dominasse o Mago e,
neste estado,
respondia a qualquer pergunta que se lhe fizesse ante o braseiro de
cujas chamas
brotavam aparições fantásticas; ou bem a divindade evocada atravessava
o aposento
deixando atrás de si uma serpentina de fogo.
Anastácio, o sinaíta, diz:
A gente viu como Simão fazia andar as estátuas; precipitar-
se nas chamas sem sofrer o menor dano; metamorfosear-se em vários
animais; provocar fantasmas e espectros nos festins; mover os móveis e objetos
nos aposentos pela ação de espíritos invisíveis e, finalmente, costumava voar
pelos ares.
A autora sabe que há em
Roma um lugar chamado Simonium, perto da igreja de
São Cosme e Damião (via Sacra), não muito longe das ruínas do templo
de Rômulo,
onde se vêem pedaços de uma pedra sobre a qual, segundo a tradição, se
ajoelhou São
Pedro para dar graças a Deus por seu triunfo contra Simão, ficando
nela impressas as
formas de seus joelhos. Porém o que prova esta pedra? Não é impossível
que Simão
voasse durante uns minutos; os médiuns de nossos dias fazem o mesmo. A
lógica se
opõe, no entanto, a que se acredite que Simão caiu em virtude das
orações de São
Pedro. Derrotado publicamente pelo apóstolo, seus discípulos o teriam
abandonado,
ante tão notória prova de inferioridade e se teriam convertido em
cristãos ortodoxos. O
autor do Philosophumena confessa o contrário, porque afirma que Simão,
longe de
perder o prestígio, ia diariamente pregar na Campânia romana.
SÃO PAULO, O VERDADEIRO FUNDADOR DO CRISTIANISMO
H. Jennings, autor do
Falicismo, diz que procuramos demonstrar que o misticismo é
vida e alma da religião; que a Bíblia só pode ler-se e interpretar-se
equivocadamente,
quando de antemão se a supõe um tecido de fábulas e contradições; que
Moisés falou
aos "filhos dos homens" na única linguagem que podem
compreender os meninos de
pouca idade; que o mundo é um lugar muito diferente do que se su-
319 320
põe; e que o que ridicularizamos por supersticioso é o único
verdadeiro e o único
conhecimento científico".
São Paulo, e não Jesus, foi
o verdadeiro fundador do Cristianismo, ainda que não da Igreja oficial cristã.
O nome de "cristãos" começou a empregar-se em Antióquia, segundo afirmam
os Atos dos Apóstolos, pois até então se chamavam apenas "Nazarenos".
Saulo, sob a lei, e Paulo,
livre das obrigações da lei, foi figura de Jesus segundo a
carne, submetido à lei que observou até morrer em Chrestos e
ressuscitar livre de suas
obrigações em "Christo triunfante". Paulo, segundo a carne,
foi função e figura de Jesus
quando este chegou a ser Cristo em Espírito, e assim teve autoridade
na carne para
derrogar a lei humana. Para Paulo, não é Cristo uma personalidade, mas
uma idéia
humanada. Se um homem está em Cristo, é outra criatura, porque o
Senhor é o Espírito
do homem.
Paulo foi o único apóstolo
que compreendeu as idéias subjacentes na doutrina de
Jesus, apesar de nunca ter andado com ele.
No entanto, Paulo não era
perfeito e infalível. Resolveu implantar uma reforma que
abarcasse a humanidade inteira, e colocou, ingenuamente, as suas
doutrinas sobre a
sabedoria dos antepassados e dos mistérios, e a final revelação dos
Epoptae. Outra
prova de que Paulo pertencia ao círculo dos Iniciados a temos em que
se tonsurou em
Cencrea onde foi iniciado Apuleio, "porque havia feito um
voto". Os nazarenos não
cortavam os cabelos nem "consentiam navalha" em sua cabeça,
até o dia de sacrificar
sua cabeleira no altar da iniciação. E os nazarenos eram uma classe de
caldeus teúrgos
ou Iniciados. A terceira parte dos mistérios se chamava Epopteia, que
quer dizer reve-
lação, ou entrada no segredo, porém, essencialmente, significa o
supremo e divino
estado de clarividência.
Quando Paulo diz:
"Segundo a graça de Deus que se me deu, pus o cimento como
sábio arquiteto", a palavra "arquiteto", cabalística,
teúrgica e maçônica, não usada por
nenhum outro apóstolo, e uma só vez empregada na Bíblia, pode
considerar-se como
uma revelação. Desse modo se intitula adepto com o direito de iniciar
a outros.
Aí está o motivo por que
Pedro, João e Tiago detestaram Paulo e perseguiram-no. 0
autor do Apocalipse era um cabalista de pura cepa e alimentava
hereditário ódio aos
mistérios pagãos.
Note-se que o Evangelho de São João foi escrito por um neoplatônico, ou
gnóstico, e não por João.
Aos olhos de Pedro, era Paulo um Mago, porque o havia vencido,
intelectualmente, e reconhecia sua superioridade em filosofia e erudição.
Talvez daí proviesse que o
chamassem de Simão o Mago, por analogia, e não por
apelido, considerando-o contaminado com a Gnose ou Sabedoria dos
Mistérios gregos.
0 chamar a Paulo Simão o Mago, não implica que este não tenha existido
e mesmo que
tenha havido certa rivalidade entre eles.
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Irineu tomou o nome de
Pedro como pretexto para dar à Igreja um nome simbólico. Petra ou Kiffa
eqüivale a Petrona, que era um par de pedras, usadas pelos Hierofantes nos
mistérios da iniciação. Nisto se funda a pretensão do Vaticano em ser a sede de
Pedro.
Na Caldéia, na Fenícia e
entre os povos orientais o nome de Peter era o título dos
intérpretes. Deste modo é que os papas têm direito a se chamarem
sucessores de
Pedro, no conceito de "intérpretes".
De modo algum podem
intitular-se sucessores de Jesus Cristo, nem muito menos intérpretes de sua
doutrina, porque a igreja grega muito mais antiga e mais pura que a hierarquia
romana, é a que, historicamente, se manteve fiel aos primitivos ensinamentos dos
apóstolos, sem secundar o movimento dos latinos quando estes se apartaram da Igreja
Apostólica Original.
É muito curioso que a Igreja Romana continue chamando "Cismática"
à Igreja sua irmã.
Pitha é uma palavra
sânscrita que significa a "sede" dos lamas iniciados. Alguns
eruditos provam que Pedro não tomou a mínima parte na fundação da
Igreja Latina.
Pedro morreu em Babilônia, em idade muito avançada, e não em Roma,
como se
propalou. No antiquíssimo manuscrito hebreu intitulado Sepher Toldoth Jeshu,
cujo
mérito está provado pelo zelo com que os judeus o ocultam aos
cristãos, se fala de
Simão (Pedro), o fiel servo de Deus, cabalista e nazareno, que levou
vida austera em
Babilônia.
APOLÔNIO DE TIANA
Os maiores teólogos admitem
que quase todos os livros antigos foram escritos numa linguagem simbólica, só
compreensível para os Iniciados. Exemplo disso é o bosquejo biográfico de
Apolônio de Tiana, que abarca a filosofia hermética e está escrito no estilo de
amena novela.
A viagem à Índia simboliza,
em todas as suas etapas, as provas de um neófito e, ao
mesmo tempo, dá a idéia da geografia e topografia de certo país, tal
como hoje se
souber buscar.
As longas conversas de
Apolônio com os brâmanes, seus prudentes conselhos, os
diálogos com Menipo de Corinto, constituem, bem interpretados, o
catecismo esotérico.
Sua visita ao império dos sábios e sua entrevista com o rei Hiarcas,
oráculo de Anfiarau,
expõem, simbolicamente, muitos dogmas secretos de Hermes e do
Ocultismo.
Maravilhosa é esta
história; descrevem-se ali, alegóricamente, as viagens do Grande
Mago, isto é, o que sucedeu com efeito quanto relata Dâmis, porém
referindo-se aos
signos do Zodíaco.
Dâmis foi o amanuense de Apolônio, e Filostrato copiou a obra.
Nos diálogos se revelam
alguns segredos da Natureza. Sua existência está tão
envolvida em véus misteriosos que se tomam por mitos. Elifas Levi
adverte a grande
semelhança que existe entre o rei Hiar-
321 322
cas e o fabuloso Hiram, de quem Salomão adquiriu o cedro do Líbano, e
o ouro de
Ophir, para construir o templo.
Como a maior parte dos
heróis da antigüidade, cujas vidas e fatos sobressaem
extraordinariamente do vulgo, Apolônio de Tiana é um enigma até hoje;
sua existência
está envolvida em tão espessos véus que é difícil separar o verdadeiro
do falso.
Suas virtudes taumatúrgicas
não foram superadas até hoje, segundo o testemunho
da história, e apareceu e desapareceu da vida pública sem se saber
como nem quando.
Durante os séculos IV e V da era cristã, usaram-se todos os meios para
apagar da
memória das gentes todos os traços deste grande e santo homem. Os
cristãos des-
truíram as biografias apologéticas que dele se publicaram,
salvando-se, milagrosamente,
a crônica de Dâmis, que hoje constitui a única fonte de informações.
Não se pode duvidar de que
Justino o Mártir fale freqüentemente de Apolônio,
apresentando-o impecável e veracíssimo.
São Jerônimo relata o
pugilato taumatúrgico entre São João e Apolônio.
São Jerônimo foi o padre
que encontrou, na Biblioteca de Cesaréia, o manuscrito
original e autêntico do evangelho de São Mateus (texto hebreu) escrito
de punho e letra
do apóstolo publicano. No entanto, repeliu-o por herético,
substituindo-o pelo seu próprio
texto grego. Também alterou, São Jerônimo, o texto do Livro de Jó para
robustecer a
crença na ressurreição da carne.
Nunca se pôde fixar a data
e o lugar do nascimento e morte de Apolônio. Alguns
dizem que morreu com 89 anos, e outros lhe atribuem 117, mas não há
documentos que
provem isto. Autores há que dão Éfeso como a sua última moradia, e
outros afirmam que
morreu em Lindo, no templo de Minerva, no ano 96 da era cristã.
Tudo que a história sabe é
que Apolônio de Tiana foi o fundador de uma nova escola
de contemplação, e ainda que menos metafórico que Jesus, e mais
prático, preconizou a
mesma quintessência espiritual e as mesmas sublimes verdades de moral.
Filho de família
aristocrata, conviveu com reis e nobres, apesar da austeridade de
sua vida.
As imputações levantadas
contra Apolônio foram tão numerosas quanto falsas; em
sua doutrina se vê a identidade fundamental com a Escola Eclética e as
doutrinas dos
Yogues e místicos hindus, assim como sua comum origem com o Budismo
primitivo de
Gautama e seus Arhats.
Quando Apolônio queria
ouvir a "Voz Sutil" que lhe falava, cobria-se com um manto
de fina lã, sobre o qual pousava os pés, depois de fazer alguns passes
magnéticos
pronunciando uma invocação familiar aos Adeptos.
O conhecimento da secreta
combinação do nome dava ao Hierofante poder
supremo sobre todos os seres humanos e não-humanos, desde que fossem
inferiores a
ele em força anímica.
322 323
De Mirville, o defensor de
Roma, escreveu sobre Apolônio o seguinte :
Nos primeiros anos da era
cristã, apareceu em Tíana, cidade da Capadócia, um
daqueles homens extraordinários de que tão pródiga se mostrou a Escola
pitagórica.
Como seu Mestre, viajou pelo Oriente, iniciando-se nas doutrinas
secretas da índia,
Egito e Caldéia, até adquirir as faculdades teúrgicas dos antigos
Magos. Filóstrato,
historiador do século IV, nos transmitiu pormenores da vida deste
homem, e copiou o
Diário escrito por Dâmis, discípulo e íntimo amigo de Apolônio, cuja
vida está nele
anotada.
A perfeita semelhança entre
a vida de Apolônio de Tiana e a de Jesus é o que
coloca a Igreja, entre Scila e Caribdis. Negar a vida de um e seus
"milagres" seria o
mesmo que negar a veracidade dos mesmos apóstolos e padres da Igreja,
em cujo
testemunho se funda a vida do mesmo Jesus.
Enquanto Apolônio dava uma
conferência em Éfeso, a milhares de pessoas, viu
como assassinavam em Roma o Imperador Domiciano, e transmitiu a
notícia naquele mesmo momento a toda a cidade.
Caracalla erigiu um
monumento em honra de Apolônio, e Alexandre Severo colocou
o seu busto entre os dos semideuses, junto ao do verdadeiro Deus.
0 Imperador Aureliano
mandou construir um templo e um altar ao grande sábio, em
ação de graças por ter o mesmo aparecido e conversado com ele em
Tiana, ao que
deveu a cidade que Aureliano levantasse o seu cerco. Os habitantes de
Éfeso lhe
erigiram uma estátua de ouro, em agradecimento aos benefícios dele
recebidos.
FATOS SUBJACENTES NAS BIOGRAFIAS DOS ADEPTOS
Pelo fruto se conhece a
árvore, e por suas palavras e atos a natureza dos adeptos.
As palavras de caridade e misericórdia postas na boca de Apolônio por
Vopiscus, no
livro Aureliano, indicam aos ocultistas quem foi Apolônio de Tiana.
Por que, então,
chamá-lo dezessete séculos depois "instrumento de Satanás"?
Grandes motivos deve ter a Igreja para justificar a violenta
animosidade contra um dos mais esclarecidos homens de sua época.
Todos os sucessos
memoráveis do Antigo Testamento, como a fundação e
dedicação dos templos e a consagração do tabernáculo, ocorreram nas
épocas dos
equinócios e solstícios. Também ocorreram nestas épocas os sucessos
cardinais do
Novo Testamento, como a Anunciação, o Nascimento e Ressurreição de
Jesus Cristo e
o nascimento do Batista. Disto se infere que todas as épocas notáveis
do Novo Testa-
mento estavam singularmente santificadas muito tempo antes pelo Antigo
Testamento,
começando pelo sétimo dia da criação do mundo, que foi o do equinócio
da primavera.
Durante a crucificação de Jesus, acontecida no dia 14 de Nisan, viu o
areopagita
Dionísio, na Etiópia, um
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eclipse do Sol e exclamou: Ou a máquina do universo perece ou o Senhor
padece.
Cristo ressuscitou no domingo (17 Nisan, 22 de março), o dia do
equinócio da primavera
que é quando o Sol dá nova vida à Terra.
As palavras do Batista: Ele
crescerá e eu minguarei, provam, na opinião dos padres
da Igreja, que João nasceu no dia mais longo do ano, ou solstício do
verão, e Cristo, que
tinha seis meses menos de idade, no dia mais curto, ou no solstício do
inverno.
Isto mostra que, sob
diferentes aspectos, foram João e Jesus compêndios ou
resumos da história do Sol. Isto explica por que se manteve
proibida a tradução e leitura da Vida de Apolônio por Filóstrato. Os que têm
estudado o original ficam na alternativa de crer que a Vida de Apolônio foi
tirada do Novo Testamento, ou que o Novo Testamento foi tirado da Vida de
Apolônio, por causa da manifesta semelhança dos relatos.
O nome de Jesus em hebreu e
o de Apolônio significam, igualmente, o Sol no céu e, assim, a história de um
com suas viagens através dos signos do Zodíaco e as
personificações de seus padecimentos, triunfos e milagres, resulta na
história do outro sempre que se empregue
o método comum de descrevê-los.
Quando Constantino decretou o
estabelecimento oficial do Cristianismo, ordenou
que o venerável Dia do Sol se dedicasse à adoração de Jesus Cristo.
O profeta Daniel, que
estava versado nos segredos da astronomia oculta, vaticinou a
ocultação do Messias, valendo-se dos números astronômicos, e predisse,
também, o
eclipse do sol, que havia de ocorrer naquela futura época.
A personalidade de Jesus
não ficou destruída porque uma de suas condições
responde a formas e relações astronômicas. Os árabes dizem: Vosso
destino está
escrito nas estrelas.
Pela mesma razão, tampouco
ficou "destruída" a personalidade de Apolônio.
O caso de Jesus oferece as
mesmas possibilidades que todos os Adeptos e
Avatares, como Buda, Shankaracharya e Krishna que, nos seus
respectivos países e
para seus partidários, gozam da mesma adoração que os cristãos
tributam a Jesus no Ocidente.
Jâmblico escreveu uma vida de Pitágoras, tão semelhante à vida de
Jesus,
que poderia tomar-se por cópia. 0 mesmo acontece com a vida de Platão,
segundo
Laércio e Plutarco. Todos estes grandes homens foram Iniciados da
mesma escola,
todos são originais e têm que representar um só e mesmo objetivo: a
vida mística e
pública dos Iniciados, enviados ao mundo para salvar parte da
humanidade, já que não é possível salvá-la toda; daí que todos tiveram o mesmo
programa.
A imaculada origem que a
todos eles se atribui, refere-se ao "seu místico nascimento
durante o mistério da Iniciação. Nada tem a ver com estes heróis a
biografia de suas
personalidades externas; só im-
324 325
portam os místicos anais de suas vidas públicas em paralelismo com o
seu íntimo
aspecto de neófito e Iniciado.
Desde o começo da
humanidade a Cruz, ou o homem com os braços estendidos
horizontalmente como símbolo de sua cósmica origem, foi relacionada
com a natureza
psíquica humana e as lutas que conduzem à Iniciação.
Isto demonstra que:
1) Todo adepto tinha e tem
de passar primeiro pelas sete e as doze provas da
iniciação, simbolizadas nos doze trabalhos de Hércules.
2) Considera-se como o dia
de seu verdadeiro nascimento aquele em que nasce
no mundo espiritualmente, e, por isso, se dá ao Iniciado o nome de
"duas vezes
nascido".
3) As provas de todos esses
personagens correspondem ao significado esotérico
dos ritos de iniciação, os quais se relacionam com os doze signos do
Zodíaco, e,
portanto, com os signos do Sol no céu.
No aspecto profano as
biografias destes personagens, escritas por autores
estranhos ao círculo de Iniciados, diferirão notavelmente dos ocultos
relatos de suas
místicas vidas.
Indubitavelmente, por muito
que tenham sido disfarçadas aos olhos profanos, as
circunstâncias capitais de suas vidas aparecerão idênticas.
Cada um deles é
representado como um Sóter, ou Salvador divino, título que os antigos davam aos
deuses, heróis e reis. Todos são tentados, perseguidos e mortos em sua
personalidade física, de que surgem e se livram para sempre depois da
espiritual ressurreição. Todos eles descem aos infernos ou reinos da tentação,
do desejo e da matéria, donde voltam glorificados como "deuses",
tendo dominado a "condição de Crestos".
Tudo isso se funda em bases
astronômicas, que ao mesmo tempo servem para
representar os graus e provas da iniciação.
Orfeu busca no reino de Plutão a Eurídice, sua alma perdida.
Krishna, símbolo do sétimo
princípio, baixa aos infernos e resgata seus seis irmãos
(os seis princípios que se resumem no sétimo). Jesus desce aos
infernos para resgatar
as almas, simbolizadas em Adão.
Segundo se mostra no Rig
Veda, o mais antigo e fiel dos Vedas, chama-se a esta
raiz e semente dos futuros salvadores, o Visvakarma, o princípio Pai,
mais além da
compreensão dos mortais. No segundo aspecto é Surya, o Filho que se
oferece em
sacrifício a si mesmo. No terceiro, é o Iniciado que sacrifica seu ser
físico ao espiritual.
A chave da iniciação nos
grandes mistérios da Natureza ressoava no Viscakarma, o
onisciente que, misticamente, se converte em Vikkartana, o Sol privado
de seus raios, e
sofre por sua demasiado ardente natureza, para depois alcançar a
glória pela
purificação. Eis o segredo da maravilhosa semelhança entre as
biografias místicas dos
adeptos.
Tudo isto é alegórico e
místico e, no entanto, perfeitamente compreensível para os
estudantes do Ocultismo oriental, ainda que não este-
325 326
jam muito a par dos mistérios da iniciação. Em nosso objetivo universo
de Matéria, o Sol
é o mais eloqüente emblema da benéfica e providente Divindade.
No subjetivo e ilimitado
mundo do espírito e da realidade, o brilhante astro tem outro
significado místico, que não se pode divulgar.
Os chamados
"idolatras" parses e hindus estão mais perto da verdade em sua
religiosa reverência ao Sol que o que crêem as equivocadas gentes de
nossos países.
O Sol é a manifestação
externa do Sétimo Princípio de nosso Sistema Planetário,
enquanto que o seu Quarto Princípio é a Lua, saturada dos passionais
impulsos e maus
desejos e de seu grosseiro corpo material, a Terra, e cujo brilho lhe
empresta o Sol.
Tudo no céu do adepto e da iniciação, com todos os seus mistérios,
está subordinado ao
Sol, à Lua e aos sete planetas.
A clarividência espiritual
deriva do Sol; todos os estados psíquicos, as enfermidades
e a loucura procedem da Lua.
Segundo mesmo os dados da
História (cujas conclusões são, notavelmente,
errôneas, enquanto que as premissas são em grande parte exatas), há
surpreendente
concordância entre as "lendas" dos Fundadores religiosos,
seus ritos e dogmas, e os
nomes e movimentos aparentes das constelações, encabeçados pelo Sol.
Isto não quer
dizer que os Fundadores e suas Religiões sejam mitos e as religiões
superstições, mas
variedades dos mesmos prístinos e naturais mistérios que serviram de
base à religião da
Sabedoria e ao desenvolvimento de seus adeptos.
Jesus foi o filho de suas
obras, um homem eminentemente santo, um reformador,
um, entre vários, que com a sua vida pagou o intento de enfrentar os
déspotas e
ignorantes para ensinar a humanidade a aliviar o seu jugo.
A Igreja ainda não se
convenceu de que o livre pensamento nasce do livre exame.
No Concilio de Nicéia, em 325, expôs Ário sua doutrina que esteve a
ponto de romper a
unidade da fé. Dezessete bispos aderiram às doutrinas de Ário, que foi
desterrado por
sustentá-la.
No entanto em 355, no
Concilio de Milão, 300 bispos assinaram uma mensagem de
adesão às idéias de Ário, apesar de que, no Concilio de Antióquia
(345), tinham
sustentado os Eusebianos que Jesus era Filho de Deus e consubstanciai
com o Pai.
Durante séculos se
debateram e controverteram os Concílios nas mais opostas
opiniões, até que saiu o dogma da Trindade que, como Minerva da fronte
de Júpiter,
surgiu do cérebro teológico. O novo mistério foi anunciado ao mundo
entre terríveis
contendas.
Quando Eutiques disse no
Concilio: "Deus me livre de discorrer sobre a natureza de
meu Deus", ele foi excomungado pelo papa Flávio, e, no entanto,
foi a única voz sensata
que se fez ouvir então. No Concilio de Éfeso (449), Eusébio, bispo de
Cesaréia, propôs a
admissão de duas naturezas distintas em Cristo, e por isso se arriscou
a ser quei-
326 327
mado vivo e foi deposto de seu cargo, bem como Flávio, que morreu em
conseqüência
dos maus tratos e pontapés recebidos do Bispo Diodoro.
Viram-se nestes Concílios
as maiores incongruências, que deram como resultado os dogmas da Igreja.
Na Origem das Medidas há
uma passagem projetando luz sobre a iniciação de
Jesus como adepto e mártir. Diz assim: "Lemos no Evangelho de São
Mateus (27:46):
Eli, Eli, Lama Sabachthani, isto é, "Deus meu, Deus meu, por que
me abandonaste?"
Esta versão foi tomada do manuscrito original grego. Aquilatando seu
significado,
descobrimos que é precisamente o oposto ao admitido, pois a frase
significa: "Deus meu, Deus meu, como me glorificaste!"
Lama significa "por
que" ou "como"; verbalmente se relaciona com a idéia de
deslumbrar; por exemplo, "de que modo mais deslumbrador".
Essa falsificação foi feita
porque as palavras de Jesus pertencem, em seu verdadeiro significado, ao ritual
dos templos pagãos. Eram pronunciadas pelos Iniciados depois das terríveis
provas da Iniciação. Se se transcrevessem as palavras em seu reto sentido,
veriam logo que Jesus era só um Iniciado. No Egito se descobriram esculturas
e pinturas representando estas cerimônias. O monograma de "Crestos" e
o Lábaro, o estandarte de Constantino, são símbolos derivados do Rito egípcio,
e denota A vida e a morte. Muito antes de ser adotado o sinal da cruz como
símbolo cristão, já era empregado como secreto signo de reconhecimento mútuo,
entre neófitos e adeptos; é cabalístico e simbolizava o quaternário equilíbrio
dos elementos.
São Jerônimo encontrou o
original hebreu do Evangelho de São Mateus, na
biblioteca fundada em Cesaréia por Panfílio mártir. Os Nazarenos que
em Beréia da
Síria usavam este Evangelho, me deram licença para traduzi-lo, dizia
Jerônimo no fim do
século IV. Foi escrito em caldeu, porém com caracteres hebreus. Os
ebionitas,
verdadeiros cristãos primitivos repeliram os demais escritos
apostólicos e se serviram
somente do texto hebreu, crendo, firmemente, com os nazarenos, que
Jesus foi somente um homem, de "semente de homem", como declara
Epifânio.
Que os apóstolos
receberam ensinos secretos de Jesus se infere das seguintes
palavras de São Jerônimo, ditas num momento de espontaneidade:
"Em suas cartas aos bispos Cromácio e Heliodoro se lamenta da
dificuldade do trabalho, já que São Mateus não escreveu o Evangelho de modo
explícito e com sentido claro, porque se não fosse secreto, teria acrescentado que era seu o
publicado; porém escreveu o livro selado em caracteres hebreus de tal maneira
que só pudessem ler os homens mais religiosos, que no transcurso do tempo o
recebessem de seus predecessores. Sem dúvida, nunca permitiram que traduzissem
este livro, e uns interpretaram seu texto de uma maneira, e outros de outra.
Aconteceu que Seleuco, um discípulo de Maniqueu, tendo publicado este livro, e
uns outros apócrifos Atos dos Apóstolos, deu, com isso, motivo de destruição e
não de edificação."
SAO CIPRIANO DE ANTIÓQUIA
Os Aeons (Espíritos
Estelares) emanados do Desconhecido, segundo os gnósticos, e idênticos aos
Dhyân-Choans da doutrina esotérica, foram transformados em Arcanjos e Espíritos
da Presença, pelas Igrejas grega e latina, com detrimento do primitivo conceito.
330 331
Chamou-se "Hoste
Celestial" ao Pleroma (conjunto de entidades espirituais), ficando,
portanto, o antigo nome limitado às "legiões" de Satã.
Os discípulos de Manes
chamaram-no "Paráclito" (o Consolador, o Espírito Santo).
Foi Manes um ocultista cujo nome passou à posteridade como feiticeiro,
graças à
perseguição da Igreja que, por via de contraste, elevou à alteza de
santo o arrependido
Cipriano de Antióquia, cujas artes de magia negra ele mesmo
confessara.
Não é muito o que a
história sabe de São Cipriano; os poucos dados se reportam a
um manuscrito que De Mirville achou na Biblioteca do Vaticano e
traduziu para o francês.
O relato tem por cenário a cidade de Antióquia, e ocorrem os sucessos
nos meados do
século III (252 anos depois de Cristo). 0 arrependido feiticeiro
escreveu a sua confissão
depois de converter-se.
[continua...]
A GUPTA VIDYA ORIENTAL E A CABALA
O Zohar, o Livro do
Esplendor, deriva do Rabino Simeão ben Iochai (seu filho
Eleazar, também rabino, recompilou, com a ajuda de seu secretário
Abbas, os
ensinamentos de seu defunto pai num livro chamado Zohar). Suas
doutrinas não são
originais do rabino Simeão, segundo demonstra a Gupta Vidya oriental,
mas são tão
antigas como o povo judeu e, talvez, mais antigas ainda.
332 333
Em resumo, o Zohar está
adulterado como as tábuas sincrônicas do Egito, depois de
terem sido copiadas por Eusébio.
Tanto o Pentateuco como o
Taímude foram escritos em linguagem misteriosa,
constituindo na realidade uma série de memórias simbólicas que os
judeus tinham
copiado dos santuários caldeus e egípcios, adaptando-as à sua história
nacional. A
Sabedoria cabalística se transmitiu, durante muitíssimos séculos,
oralmente, até os
Tanaim pré-cristãos; ainda que Davi e Salomão fossem muito versados
nela, ninguém se
atreveu a escrever texto algum até os dias de Simeão ben Iochai, no
século primeiro da
cristandade.
O Zohar também se chama
Midrash, e foi publicado pela primeira vez nos anos 110
a 70 d.C; depois se perdeu, ficando espalhado seu texto em manuscritos
soltos até o
século XIII.
O Sepher Jetzirah ou
"Livro da Criação", atribuído a Abraão, e de texto muito
arcaico, aparece mencionado pela primeira vez no século XI, por Jehuda
Ho-Levi. Essas
duas obras são o arsenal de todas as demais obras cabalísticas
conhecidas.
A palavra Cabala procede de
uma raiz que significa "receber por tradição", ou seja, o sistema de
ensinos orais transmitidos de uma geração de sacerdotes a outra. Os judeus aprenderam
dos caldeus os dogmas cabalísticos, e se Moisés conheceu o idioma dos Iniciados,
como o conheciam todos os sacerdotes egípcios, estando assim, inteirado do sistema
numérico em que se baseava, pôde escrever o Gênese e outros pergaminhos.
Mas os cinco livros do Pentateuco não são as originais memórias
mosaicas, como se diz.
Os "judeus
negros" de Cochin (Índia Meridional) têm uns "Livros de Moisés",
que não
mostram a ninguém e que diferem, essencialmente, dos atuais
pergaminhos. Estão
escritos em caracteres arcaicos, que só eles e alguns samaritanos
conhecem. Estes
judeus negros desconhecem tudo que diz respeito ao cativeiro de
Babilônia e as dez
"tribos perdidas" (sendo estas últimas uma pura invenção dos
Rabinos), tudo o que
prova que chegaram à índia antes do ano 600 anterior a Cristo. Os
judeus karaimes da
Criméia que se consideram descendentes dos verdadeiros filhos de
Israel, isto é, os
saduceus, repudiam o Tirah e o Pentateuco das sinagogas, guardam a
sexta-feira em
vez do sábado e têm os seus "Livros de Moisés". Tudo isso
evidencia que a Cabala dos
judeus é apenas um eco infiel da Dutrina Secreta dos caldeus, e que a
verdadeira
Cabala se acha no Livro dos Números caldeu, que atualmente possuem
alguns sufis
persas. Todos os povos da antigüidade tiveram suas peculiares
tradições baseadas na
Doutrina Secreta dos ários, e todos supõem que um Sábio de sua Raça
recebeu a
primitiva revelação de um Ser Divino e, por seu mandato, a expôs em
Escrituras
Sagradas.
Na Doutrina Secreta, Adi é
o nome do primeiro homem, ou melhor, é o nome
genérico dos primeiros homens ou raças com linguagem, em cada uma das
sete zonas e daí, talvez, se origine o nome de Adam.
S3S 334
Os sabeus dizem que, quando
o terceiro (primeiro homem da Terceira Raça-Raiz)
saiu do país adjacente à Índia para Babel, lhe deram uma árvore, logo
outra e, depois,
outra, cujas folhas continham a história de todas as Raças.
E os sabeus também o
chamaram Adam. Beroso relata a história de Xisuthros que
escreveu por ordem de sua Divindade um livro que ficou enterrado em
Zipara ou
Sippara, a cidade do Sol em Babel-onya.
Deste livro tomou Beroso a
história das dinastias antediluvianas de deuses e heróis.
O Sam-sam dos sabeus é, também, uma Cabala, como o árabe Zem-Zem (Poço
de
Sabedoria).
A mulher de Moisés, uma das
sete filhas de Jethro, sacerdote madianita, também se
chamava Zippora (símbolo de um dos sete poderes ou faculdades que o
hierofante
transmite ao neófito), o que é simbólico.
A Bíblia hebraica foi
sempre um livro esotérico, mas o seu significado oculto variou
desde os tempos de Moisés.
Os mais antigos idiomas
descobertos na Pérsia são o caldeu e o sânscrito, sem
vestígio algum do hebreu.
Sabe-se hoje que o egípcio e o hebreu são dialetos semíticos.
[continua]
[...]
O verdadeiro significado da palavra Jeová é "homens e
mulheres", ou a Humanidade
desdobrada em sexos. Segundo os hebraístas,
335 336
o verbal Hayah ou E, y, e significa ser, existir, enquanto que Chaya,
ou H, y, e significa
viver, no sentido de ter noção da existência. Daí que Eva apareça como
a evolução da
Natureza no seu eterno devenir (tornar a ser).
Se tomarmos a palavra Sat
(Seidade), não encontraremos equivalente em nenhum
idioma. Hayah "ser", no sentido de passiva e imutável ainda
que manifestada existência,
pode se considerar como Vida Universal em seu significado cósmico e
secundário;
enquanto que Chaya "viver", como noção de existência, é
simplesmente Prana ou a vida
mutável em seu significado objetivo.
Apoiando-se nas confissões
dos hebraístas mais eminentes, afirmamos que a Bíblia se baseia,
essencialmente, em antigos documentos que sofreram interpolações e acréscimos, e que o
Pentateuco deriva de documentos primitivos por mediação de outros documentos
suplementares.
ALEGORIAS HEBREIAS
A verdadeira Bíblia hebréia
se perdeu, e a Bíblia judia, que agora conhecemos, pode
despertar, no máximo, um pressentimento das verdades que conteve
antes de ser
adulterada. No idioma sânscrito, as letras estão sempre dispostas nas ondas
sagradas,
de modo que possam tomar-se por notas musicais colocadas em forma
gráfica, que tem
significado musical e escriturai.
Os caracteres devanagari
são "A língua dos deuses", e o sânscrito é a linguagem
divina. Todas as letras do alfabeto sânscrito são musicais e cantam-se
segundo as
regras da antiga escola tântrica, e cada letra corresponde a um
número, oferecendo o
sânscrito um vasto campo de expressão.
Guinness, numa conferência
sobre a queda do primeiro homem, diz: Aqui, como
antes, o Gênese não começa pelo princípio; antes do primeiro casal,
fracassaram e
caíram sete entidades, chamadas pelos egípcios "Filhos da
Inércia" (oito com a Mãe),
que foram arrojados do Paraíso Am-Smem. Também a lenda babilônica da
Criação fala
dos Sete Reis Irmãos, análogos aos sete Reis do Livro da Revelação e
das Sete
Potestades insencientes ou os sete Anjos Rebeldes que fizeram a guerra
no céu, assim
como os sete Crônidas, ou Vigilantes, formados no interior do Céu,
cuja abóbada
estenderam separando o invisível do visível. (Idêntica à obra dos
Elohim no Gênese.) Os
sete Crônidas são os sete Elementais, Potestades do Espaço ou
Guardiães do Tempo.
Para decifrar isto, há sete chaves, como para qualquer alegoria da
Bíblia: a astronômica,
a numérica, a fisiológica, são três das sete chaves utilizadas pelos
judeus e tomadas de
outros povos mais antigos.
Segundo a tradição
rabínica, Adão era o chefe dos sete que caíram do céu, e
relaciona-os com os Patriarcas, conforme a doutrina esotérica.
Isto se explica pela
sétupla natureza dos homens celestes ou Dhyân-Choans; esta
natureza é propícia para dividir e separar, enquanto os
336 337
princípios superiores (Âtma-Buddhi) dos criadores de homens se
consideram espíritos
das sete constelações ou princípios inferiores e intermédios, que se
relacionam com a
Terra e se indicam, sem desejo nem paixão, inspirados pela santa
Sabedoria, estranhos
ao Universo e rebeldes a procriar (Vishnu Purana). A era dos Kümaras é
ante-adâmica,
anterior à separação dos sexos, antes que a humanidade recebesse o
fogo sagrado de
Prometeu.
O ZOHAR QUANTO À CRIAÇÃO DOS ELOHIM
A frase inicial do Gênese é:
No princípio criou Deus o céu e a terra, o que, como
todos sabem, pode ser interpretado de duas maneiras, como todos os
textos hebreus;
exotérica (cristã) e cabalística, que, por sua vez, se divide nas
respectivamente
empregadas pelos rabinos e cabalistas propriamente ditos, que é o
método oculto.
Analogamente ao que ocorre no idioma sânscrito, não há no hebreu
separação alguma
entre as palavras escritas, mas ligam-se uma às outras, especialmente
nos textos
antigos.
A frase inicial do Gênese,
como se disse, admite dois modos de separação,
conseqüentemente duas escrituras distintas, a saber:
1) B'rashit bara Elohim eth hashamayim v'eth h'areths.
2) B'rash ithbara Elohim ethhashamayim v'eth'arets.
0 significado da primeira
escritura exclui a idéia de começo ou princípio e diz que da
eterna Essência Divina (Matriz), a andrógina Força (os deuses), formou
o duplo céu (céu
e terra). 0 significado da segunda escritura é: "No princípio fez
os céus e a terra."
[continua]
[...]
Quem são estes Elohim do Gênese?
E os Elohim criaram os
Adões à sua própria imagem; à imagem dos Elohim os
criaram. Quem são os Elohim?
A versão ordinária da
Bíblia inglesa traduz a palavra Elohim por Deus, ainda que
Elohim é plural e não singular.
E o mesmo Gênese, segundo
o texto ortodoxo, diz: E Deus (Elohim) disse: Façamos
o homem à nossa imagem e semelhança. Isto evidencia que Elohim não é
um plural de
excelência, mas um nome plural que denota mais de um ser.
São Dionísio Areopagita,
colega de São Paulo, que foi o primeiro bispo de São
Denis, perto de Paris, ensina que a obra da criação se deve aos sete
Espíritos da
Presença, cooperadores de Deus e partícipes da divindade. Santo
Agostinho opina que
as coisas foram criadas mais nas mentes dos anjos que na Natureza,
isto é, que os
Anjos perceberam
338 339
e conceberam todas as coisas em sua mente antes que as pusessem na
existência.
Qual, pois, a tradução correta da palavra Elohim?
Elohim não só é plural, mas
um plural feminino, e apesar disto os tradutores da
Bíblia traduziram por masculino singular; Elohim é o
plural do nome feminino El-h,
porque a letra final h indica o gênero.
Por exceção gramatical, o nome El-h forma o plural com a terminação im
que corresponde ao plural masculino em vez de terminar em oth, como em regra
geral terminam os plurais femininos. Sem dúvida a terminação do plural não
altera o gênero do nome, que permanece o mesmo do singular. Para descobrir o verdadeiro
significado do simbolismo oculto na palavra Elohim, temos que buscá-lo na chave
da doutrina esotérica judia, a Cabala. Nela veremos que esta palavra representa
a união de duas Potestades, uma masculina e outra feminina, coiguais e
coeternas em sempiterna união para manutenção do Universo.
São o Grande Pai e a Grande
Mãe da Natureza, em que se transfunde o eterno Ser
antes da manifestação universal. Isto mesmo significa o Gênese ao
dizer que "a terra
estava vazia e sem forma".
Assim a dualidade dos
Elohim supõem o termo do Caos, do vazio e das trevas,
porque só depois da conformação dual da Divindade, é possível que o
Espírito dos
Elohim flutue sobre as águas.
Aqui devemos advertir a
confusão que predomina nas interpretações da Cabala. O
desdobramento do eterno Ser Único no Grande Pai e grande Mãe da
Natureza revela
conceito antropomórfico que atribui sexo às Primárias diferenciações
do Único. É
errôneo identificar estas primárias diferenciações com os Elohim ou
Potestades
criadoras. A Criação dos Elohim é, realmente, uma criação muito
posterior e longe de
serem os Elohim Potestades Supremas, nem sequer excelsas da Natureza,
são só anjos
inferiores. Assim ensinavam os gnósticos que sobrepujavam em sentido
filosófico a
todas as primitivas escolas cristãs. Ensinavam que as imperfeições do
mundo
dimanavam da imperfeição de seus arquitetos ou construtores, os anjos
inferiores.
[continua...]
<< FIM >>
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