SER CONSCIENTE DE SER CONSCIENTE!


RECORTE DO LIVRO

Being Aware of Being Aware

SER CONSCIENTE DE SER CONSCIENTE

Rupert Spira

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Esse velamento, inadvertência ou afastamento da consciência é conhecido como “pecado original” na tradição cristã e como “ignorância” no Vedanta.

A palavra hebraica traduzida com mais frequência na Bíblia como ‘pecado’ é chata’ah, que significa literalmente ‘errar o alvo’.

O pecado original é, neste contexto, a falta, omissão ou desconhecimento do elemento essencial da experiência – consciência ou a própria consciência, ou o ser infinito de Deus.

Assim, na terminologia religiosa, pecar é afastar-se de Deus.

Da mesma forma, em sânscrito, a língua original do Vedanta, a palavra avidya é geralmente traduzida como “ignorância”, “mal-entendido” ou “conhecimento incorreto”.

Nesse contexto a ignorância não implica estupidez, como na linguagem comum, mas sim o ignorar da consciência, ou seja, o aparente ignorar da consciência, negligenciar ou esquecer de si mesmo.

Com esse velar, ignorar ou limitar a consciência e sua subseqüente contração em uma mente finita, um eu ou ego aparentemente separado, a paz e a realização que são inerentes a ela também são eclipsadas, embora ecoem dentro dela como uma memória pela qual ela anseia. Esse desejo de paz e felicidade é a característica definidora do eu ou ego aparentemente separado.

Assim, o esquecimento de nossa verdadeira natureza é a fonte de todo sofrimento psicológico e, inversamente, a lembrança de nosso eu – sua lembrança ou reconhecimento de si mesmo – é a fonte de paz e felicidade pela qual todas as pessoas anseiam.

Uma vez que o eu ou ego aparentemente separado tenha esgotado as possibilidades de assegurar a paz e a felicidade na experiência objetiva, ele pode estar aberto à possibilidade de acessá-los dentro de si.

Essa intuição é o começo do retorno do eu separado à sua essência inerentemente pacífica e incondicionalmente preenchida de consciência pura e, portanto, a resolução de sua busca.

Tudo o que o eu aparentemente separado precisa fazer para reconhecer sua própria natureza essencial e assim acessar sua paz e felicidade inerentes é reconhecer que sua essência de consciência pura não é condicionada ou limitada pela experiência objetiva.

Em outras palavras, sua essência deve ser claramente vista. Ou seja, a consciência deve ver a si mesma com clareza e, para ver a si mesma com clareza, deve "olhar para" a si mesma.

No entanto, assim como o feixe de luz de uma lanterna pode ser direcionado para um objeto, mas não pode ser direcionado para a lâmpada da qual emana, a consciência, na forma de atenção ou mente, pode direcionar a luz de seu conhecimento para a experiência objetiva, mas não pode dirigir-se para si mesmo.

Não podemos direcionar nossa mente para a experiência de estar consciente; só podemos desviar nossa mente dela.

Portanto, seria mais correto dizer que a consciência deve relaxar o foco de sua atenção, ou se desvencilhar dos objetos da experiência, permitindo assim que sua atenção retorne ou descanse em si mesma.

Assim, a forma mais elevada de meditação não é uma atividade realizada pela mente. 

É um relaxamento, recuo ou imersão da mente em sua fonte ou essência de consciência pura, da qual surgiu.

Esse retorno da consciência a si mesma, sua lembrança de si mesma – estar consciente de estar consciente – é a essência da meditação e da oração, e o caminho direto para a paz e a felicidade duradouras.

Being Aware of Being Aware

Rupert Spira

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